Como guardar dinheiro ganhando pouco pode parecer conversa de livro de autoajuda… até você ver que dá para fazer isso sem cortar o cafezinho, vender o sofá e viver de miojo seco. É mais sobre estratégia do que sacrifício.
Se todo mês você se pergunta “onde foi parar meu salário?”, pode acreditar: essa história é mais comum do que parece — mas dá para mudar o final.
A diferença é que algumas pessoas conseguem segurar um pedacinho dessa grana — e fazem isso com passos tão simples que você vai pensar: “por que não comecei antes?”.
Descubra para onde o seu dinheiro está fugindo
Guardar sem saber para onde o dinheiro vai é como tentar encher de água um balde furado. Antes de começar, descubra por onde ele escapa.
Anote tudo por 30 dias: aluguel, contas, transporte, mercado e, sim, até aquele pão de queijo do meio da tarde. Pode ser no papel, numa planilha ou em aplicativos de controle financeiro (existem várias opções gratuitas para testar).
Muitas vezes, o problema não está no “grande gasto” que você imagina, e sim nos pequenos que passam batido — e que, somados, dariam para pagar uma conta importante.
Guarde antes de gastar
Esperar sobrar para guardar é a receita perfeita para nunca juntar nada. Quem ganha pouco precisa inverter: guarde primeiro, gaste depois.
Defina um valor realista para o seu bolso — pode ser R$ 20 por semana, 5% do salário ou qualquer quantia possível para começar — e coloque em uma conta separada assim que receber.
Dá para usar contas digitais gratuitas — como, por exemplo, Caixa Tem, Nubank, Banco Inter, PicPay ou Mercado Pago — que permitem criar “caixinhas” ou separar o saldo em subcontas. Essas funções ajudam a manter o dinheiro reservado longe do uso diário.
Importante: Veja qual oferece segurança, rendimento e condições adequadas para você antes de escolher. Ative a transferência automática no dia do pagamento e deixe esse valor separado.
Corte o supérfluo sem perder o bom da vida
Guardar dinheiro não significa desligar a luz e viver no escuro. É só dar uma ajeitada nas escolhas para sobrar mais no fim do mês — sem deixar a vida sem graça.
Por exemplo:
- Em vez de pagar por várias plataformas de filmes e séries ao mesmo tempo, assine só uma, aproveite bastante e troque no mês seguinte.
- Se levar marmita para o trabalho dois ou três dias por semana, o valor que você economiza no mês já pode ir direto para a sua reserva.
- Trocar a mesa do restaurante pela mesa da sala, cercada de gente boa, pode render mais histórias que a nota fiscal.
Não é sobre cortar tudo. É sobre escolher o que realmente é necessário — e deixar o resto trabalhar para você.
Siga a regra dos 3 orçamentos (como ponto de partida)
Mesmo quando a grana é curta, um pouco de organização já faz diferença. Para ter um ponto de partida, tente dividir assim:
- 60% para gastos fixos (moradia, contas, transporte, mercado).
- 30% para gastos variáveis (lazer, compras, imprevistos).
- 10% para guardar.
Essa divisão é só um jeito de começar a colocar as contas em ordem. Com o tempo, a meta é ir cortando o que não faz falta, ajustando os gastos e aumentando a parte guardada. Quanto maior essa fatia, mais rápido ela começa a gerar renda sozinha — e é aí que você vai sentir que está jogando a seu favor.
Faça seu dinheiro render, mesmo que seja pouco
Dinheiro parado na conta corrente é como um pacote de biscoito aberto esquecido na gaveta: vai perdendo valor sem você perceber. E o culpado é a inflação — com o tempo, o mesmo valor compra cada vez menos coisas.
Por isso, vale colocar sua reserva em lugares que aumentam — ou pelo menos mantêm — o poder de compra, sem colocar o dinheiro em risco.
Algumas opções simples para começar:
- Tesouro Selic: título público, relativamente seguro, com baixo custo e resgate fácil. Funciona bem para quem quer rendimento melhor que a poupança e acesso rápido ao dinheiro.
- CDB com liquidez diária: oferecido por bancos, rende mais que a poupança e tem a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
- Poupança: simples e de baixo risco, mas com rendimento menor. Serve como primeiro passo para quem está começando, mas não vale ficar nela para sempre. Existem aplicações melhores que rendem mais, e essa diferença no ganho pode fazer sua reserva crescer muito mais rápido.
- Importante: se o dinheiro que você está guardando agora é para montar a sua reserva de emergência, escolha aplicações de baixo risco e fácil acesso. Não é hora de buscar grandes ganhos — e sim de garantir que ele esteja lá, inteiro, no dia em que você precisar.
Transforme dinheiro extra em reserva
Dinheiro que aparece do nada tem um talento especial pra sumir.
13º, hora extra, restituição, aquela TV que você vendeu no grupo da família… esse dinheiro é tipo sabonete molhado: se você não segurar firme, ele escorrega e vai parar rapidinho no delivery.
Regra de ouro: se você não contava com esse dinheiro, guarde pelo menos metade. Pense assim: é como ganhar uma sobremesa de graça — você come metade agora e deixa a outra pro futuro. Só que, no caso do dinheiro, a metade guardada cresce.
Bloqueie compras por impulso
Impulso e economia não se bicam. Em um minuto você está só “olhando” e, no outro, o cartão já entrou em coma. Para se proteger:
- Tire apps de compras do celular. (Menos tentação, mais saldo.)
- Espere 48 horas antes de comprar algo que não seja essencial.
- Pague com Pix ou débito, mas anotando tudo na hora — pra sentir no ato que o dinheiro saiu.
Cada compra que você evita é como ganhar um pedacinho extra de paz financeira — e essa, ninguém tira de você.
Sugestão de Plano Simples para Começar Hoje
Quer começar agora? Então segura essa: Desafio dos 30 Dias. Vai encarar ou vai deixar pra “segunda-feira que vem”?
Semana 1: anote absolutamente tudo que gastar — sim, até o upgrade de batata frita que “valia a pena” por mais R$ 3.
Semana 2: escolha um valor fixo para guardar e transfira para uma conta separada no mesmo dia que receber. Já tem conta? Ótimo. Só não vale “separar mentalmente” — porque, na cabeça, o saldo sempre parece maior do que é.
Semana 3: corte pelo menos três gastos supérfluos. Vale desde aquela assinatura que você nem lembra a senha até o aplicativo de filmes que você nem assiste.
Semana 4: qualquer dinheiro extra que entrar — bônus, hora extra, ganho inesperado — vai direto para a reserva. Pense nele como hóspede VIP: entra, se instala e não sai até completar a missão.
Exemplo rápido: guardando R$ 100 por mês, você terá R$ 1.200 em um ano. Se dobrar pra R$ 200, são R$ 2.400. Parece pouco? Na hora do aperto, é a diferença entre resolver sozinho… ou ter que ligar pro seu amigo “mais organizado” com aquele clássico: “Então… tô precisando de um favor…”.
Veja também: O que acontece se eu não pagar a fatura do cartão? (E como sair dessa)
Por fim…
Ler até o fim é sinal de que você quer mudar — e isso já é metade do caminho.
Guardar dinheiro com salário apertado não é missão impossível — é treino. Não precisa começar com um valor alto, mas é importante começar agora.
Com o tempo, cada depósito vira um tijolo na sua segurança financeira. E quando o aperto vier (e, geralmente ele vem), você vai agradecer por ter se organizado antes.
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